Painho sempre foi muito apegado a mãe dele, ele é aquele tipo de homem que nunca corta o cordão umbilical, Voinha também foi aquele tipo de mulher que nunca cortou o cordão e no final das contas quando ele casou comprou uma casa bem próxima a dela e graças a isso minha infância foi marcada pela presença mais que constante de Voinha, Voinho e todos os tios e tias.
Os dois eram evangélicos, se converteram a uns 50 anos atrás um pouco antes ou depois de chegarem em Recife vindos do interior da Paraíba Eles foram membros quase que fundadores da Assembléia de Deus daqui de Nova Descoberta e graças a isso eu vi e vivi experiencias curiosas dentro dessa denominação.
Tenho muitas lembranças agridoces relacionadas a essa igreja, lembro de quando o templo era bem pequeno, lembro de como a comunidade religiosa foi crescendo... crescendo.... crescendo... Do esforço para comprar um templo maior, da aposentadoria do antigo pastor, da posse do atual, de como essa denominação foi subindo os morros, ganhando respeitabilidade dentro do bairro, da cidade, do estado, se consolidando... A história da vida de Voinho e Voinha, a minha história, se confunde com a história da presença dessa denominação aqui em Nova Descoberta.
Tenho muitas lembranças agridoces relacionadas a essa igreja, lembro de quando o templo era bem pequeno, lembro de como a comunidade religiosa foi crescendo... crescendo.... crescendo... Do esforço para comprar um templo maior, da aposentadoria do antigo pastor, da posse do atual, de como essa denominação foi subindo os morros, ganhando respeitabilidade dentro do bairro, da cidade, do estado, se consolidando... A história da vida de Voinho e Voinha, a minha história, se confunde com a história da presença dessa denominação aqui em Nova Descoberta.
Voinha não era muito de estudar a Bíblia, ela era muito mais de observar e criticar as hipocrisias do ministério, crescer com uma pessoa assim te faz olhar as coisas por um angulo muito particular, eu acho. Ela nunca foi amante das aparências rutilantes, sempre preferiu fazer disso piada e chiste para desespero de Voinho, um homem severo.
Só de lembrar das discussões deles eu começo a ri sozinha porque minha avó tinha um talento nato para a tiração de onda e sempre que faço um comentário jocoso carregado de acidez em relação a qualquer coisa Mainha diz: "Eita é Rita mesmo! É a evolução!".
Só de lembrar das discussões deles eu começo a ri sozinha porque minha avó tinha um talento nato para a tiração de onda e sempre que faço um comentário jocoso carregado de acidez em relação a qualquer coisa Mainha diz: "Eita é Rita mesmo! É a evolução!".
Voinho era um estudioso da Bíblia. Eu comecei a ir a Escola Dominical com ele e com eles frequentava os cultos de doutrina. Na casa dele ouvia sentada no colo as histórias da criação, do diluvio, da Torre de Babel, dos Reis de Israel, de Moisés, Josué, os Milagres de Jesus, os encontros de Jesus, a Morte e Ressurreição.
Embora a convivência, como convém a uma família grande, nem sempre tenha sido positiva tenho lembranças muito boas de meu avô. Ele foi um homem forte, solido, me colocava no colo, contava as histórias bíblicas e ensinava a perceber o sentido delas, também era ele que me trazia para casa no colo quando eu pegava no sono antes do fim do culto e me socorria das ignorâncias de painho... As broncas não conseguiam fazer um NÃO do meu pai virá SIM, mas me dava muito prazer ver Painho ouvindo Voinho e Voinha calado (especialmente Voinha que sempre foi mais forte com painho).
Embora a convivência, como convém a uma família grande, nem sempre tenha sido positiva tenho lembranças muito boas de meu avô. Ele foi um homem forte, solido, me colocava no colo, contava as histórias bíblicas e ensinava a perceber o sentido delas, também era ele que me trazia para casa no colo quando eu pegava no sono antes do fim do culto e me socorria das ignorâncias de painho... As broncas não conseguiam fazer um NÃO do meu pai virá SIM, mas me dava muito prazer ver Painho ouvindo Voinho e Voinha calado (especialmente Voinha que sempre foi mais forte com painho).
Voinho tinha uma voz possante, um orgulho danado de pertencer a uma denominação tão respeitada como a Assembléia de Deus do Recife e foi muito duro ver toda essa força de titã indo embora nos últimos 5 meses... Havia algo de muito errado em ver Voinho em cima de uma cama sendo tratado como um bebê super desenvolvido...
Enfim... devo a Voinha e Voinho muito do que sou... De Voinha eu herdei o temperamento... É inegável até na chatice... A Voinho a prática de ler a Bíblia e o conhecimento de seu texto... Graças a eles cresci junto aos anciões da Igreja e isso fez toda a diferença em minha vida e na forma como organizo, interpreto e pratico o evangelho.
Falar de Voinho e Voinha no passado doí demais e eu sei que isso é egoísmo, afinal todos os anciões da Igreja sabem da inevitabilidade de seu encontro definitivo com Cristo e talvez até desejem esse encontro.. Eles sabem da possibilidade de ver os céus abertos, descansar das dores dessa vida, ter o seu novo corpo, receber seu novo nome, ver a Nova Jerusalém onde não existe Sol porque Deus é a própria luz, andar nas ruas de ouro e cristal, comer do fruto da Árvore da Vida e esperar em Deus pelo grande dia do Juízo...
Eles me ensinaram que a gente não morre, a gente dorme no Senhor... Voinha e Voinho não estão mortos, eles apenas dormem e não estou dando mais um adeus a alguém que amo, isso é apenas um até logo...
Nós ainda vamos nos encontrar na Eternidade!!!
Jacilene dos Santos